quarta-feira, janeiro 04, 2006

Para os apreciadores de vinho


Desde os tempos mais remotos, o vinho tem vindo a desempenhar um papel de relevo em quase todas as civilizações. "Fruto da videira e do trabalho do Homem", não é ultrapassado por nenhum outro produto da agricultura, aliando esse fruto saboroso e nutritivo à bebida privilegiada, precioso néctar, dele extraída.
Repleto de simbologia, impregnado de religiosidade e de misticismo, o vinho surge desde muito cedo na nossa literatura, tornando-se fonte de lendas e inspiração de mitos.
As expressões "dádiva de deuses", "Sangue de Cristo", e "essência da própria vida" atribuídas a este produto corroboram bem o papel do vinho na vertente cultural bem como a sua importância na nossa civilização, a que chamamos "ocidental", cujos fundamentos se encontram no direito romano e na religião cristã, que desde sempre enalteceram e dignificaram este saboroso líquido.
Mas... tentemos fazer uma pequena viagem até às mais recônditas origens, na história da vinha e do vinho em Portugal.
Embora envolto em muitas dúvidas e mitos, pensa-se que a vinha terá sido cultivada pela primeira vez em terras da Península Ibérica (vale do Tejo e Sado), cerca de 2 000 anos a.C., pelos Tartessos, dos mais antigos habitantes desta Península, cuja civilização parece ter sido bastante avançada. Estes habitantes estabeleciam negociações comerciais com outros povos, permutando diversos produtos, entre os quais o vinho, que veio a servir, provavelmente, de moeda de troca no comércio de metais.
Os Fenícios, cerca do século X a.C., acabaram por se apoderar do comércio dos Tartessos, incluindo o respeitante aos vinhos. Pensa-se que tenham trazido algumas castas de videiras que introduziram na Lusitânia.
No século VII a.C. os Gregos instalaram-se na Península Ibérica e desenvolveram a viticultura, dando uma particular atenção à arte de fazer vinho. Na necrópole de Alcácer do Sal foi encontrada uma "cratera" grega de sino, vaso onde os Gregos diluíam o vinho com água antes de o consumirem.
Alguns autores referem que Ulisses, ao fundar a cidade de Lisboa (a que deu o nome de Ulisseia ou Olisipo) seguiu o costume usado nas suas viagens, oferecendo vinho para festejarem com ele as boas vindas.Entre os séculos XII e XIII, o vinho constituiu o principal produto exportado. Documentos existentes, designadamente doações, legados, livros ou róis de aniversários, livros de tombos de bens, etc., confirmam a importância da vinha e do vinho no território português, mesmo antes do nascimento da nacionalidade Em meados do século XVI, Lisboa era o maior centro de consumo e distribuição de vinho do império - a expansão marítima portuguesa levava este produto aos quatro cantos do mundo.
Para quem aprecia vinho isto é algo interessante...Todos gostam e todos bebem, mas quem sabe como ele apareceu por cá? Aprendam, isto é cultura!!!!!! Desafio a todos fazerem uma viagem pelas nossas regiões vitivinícolas, não estou a incitar ao consumo do alcool, isto serve para aproveitarmos o que o nosso país nos dá ( va pa fora cá dentro). Na rota dos vinhos existem regiões hiper bonitas pa passear, paisagens, tascos, etc...E é cultura, aprendemos sobre o nosso país, sobre os costumes das diferentes regiões.. Pensem nisso (eu alinho).
Rotas do Vinho portuguesas: Vinho Verde, Porto, Cister, Dão, Bairrada, Beira Interior, Ribatejo, Oeste, Bucelas, Carcavelos e Colares, Costa Azul e Alentejo.
Fiquem bem =)